Mitos sobre o dia de Natal.


* O "cheirinho" resultou!! Eu gostei, fica um aroma muito agradável e nada agressivo.


Vou aborrecer um cadito, mas para quem gosta de ler ... qual a tua opinião?

Quando é realmente noite de Natal?
É como festejar o aniversário de alguém no dia errado, no mês errado e nem sequer acertar na idade do aniversariante. Sempre que o Ocidente cristão se senta à mesa, na consoada, para celebrar o nascimento do Menino Jesus, é isso que acontece. Ninguém sabe exactamente quando Cristo nasceu, há muitas datas possíveis, mas certo é que não foi a 25 de Dezembro.
"Pensa-se que terá sido em Setembro, porque foi durante um recenseamento e houve um naquele mês. Agora, a data exacta não se conhece", explica o sociólogo das religiões Moisés Espírito-Santo. Não se sabe e, até ao século V, não era importante. "O que era celebrado era a aparição do Menino aos de fora, aos não judeus, o dia da epifania, que é a 6 de Janeiro". Foram os romanos que mudaram o calendário das celebrações. "A data de 25 de Dezembro apareceu para cobrir uma festa pagã muito popular em todo o Império, o culto do Sol, no solstício de Inverno". Festa com festa se paga e Constantino, o primeiro imperador cristão, sabia o que fazia quando decidiu trocar as voltas ao povo, dando origem a uma das celebrações mais importantes de hoje. Quanto ao dia do nascimento, por mais que se cruzem dados, não ficaram muitas pistas que permitam encontrar a resposta. "Naquele tempo, a idade tinha muito pouco valor.

As pessoas podiam viver e morrer sem saber quantos anos tinham." Jesus Cristo tinha 33, mas terá morrido mesmo no ano 33 depois de Cristo? 

Se o dia e o mês do nascimento são um quebra-cabeças, já o ano é consensualmente errado. Cristo nasceu antes de Cristo. Seis anos. E só um erro no calendário explica o sucedido. Se quiser decorar o bolo-rei com velas, não se engane. Compre 2012.

Os astrónomos de hoje acumulam o conhecimento de muitos séculos a olhar para os céus, e já viram um pouco de tudo. Mas a descrição que o Evangelho de Mateus faz da Estrela de Belém não bate certo com nenhum fenómeno astronómico conhecido. Não era um pássaro. Não era avião. O que apareceu nos céus aos reis magos podia ser muita coisa, mas também não era uma estrela. A melhor tradução para o texto sagrado seria astro, a palavra única dos romanos para algo que está para lá da Terra. "Cientificamente, nunca saberemos o que foi, não temos dados para fazer uma reconstituição fiel", afirma o astrofísico Rui Agostinho. Este episódio apenas é descrito numa passagem breve de um dos evangelhos, e "o texto é parco em detalhes e conhecimento científico". Do que se lê, percebe-se que a descrição do movimento da Estrela de Belém "não é como o movimento diurno que um astro normalmente tem". Surgiu no Ocidente, desapareceu, voltou a surgir. E parou sobre o estábulo onde Jesus tinha nascido. "Ora, nos céus, não há nada que possa parar." Além disso, lembra Rui Agostinho, "não foi um fenómeno deslumbrante, porque não chamou a atenção do povo judeu. Quando questionado sobre se viu a Estrela, Herodes responde: "Nós aqui não vimos nada". O que mostra que passou despercebido, não teve um forte impacto visual. O astrofísico diz que há apenas uma explicação possível, mas é "muito muito remota". Acontece quando Júpiter e Vénus passam ao pé um do outro, alinhados na vertical, dando a ilusão de um objecto luminoso. Chama-se conjunção tripla de planetas e é quase tão rara que pode ser mitológica. Como a Estrela de Belém.


É possível uma virgem engravidar?

O assunto é do domínio da fé, mas a ciência não o contraria. A doutrina cristã diz que Jesus foi concebido no útero da sua mãe, sem que tenha havido qualquer contacto com um pai humano. À luz das leis do mundo animal, é possível a uma fêmea conceber sozinha um filho? Sim, pelo menos teoricamente. E não seria inédito.
O fenómeno ocorre em várias espécies, dos lagartos aos peixes, e já foi verificado também em ratinhos. Chama-se partenogénese, uma palavra que vem do grego e significa precisamente parto virgem. Desenvolve-se um embrião, sem que tenha ocorrido fertilização do óvulo, em animais que, por estratégia de sobrevivência ou adversidade do meio ambiente, evoluíram para uma reprodução assexuada.
Mário de Sousa, especialista em genética e medicina de reprodução, explica que, no ser humano, "também é teoricamente possível, mas não existe nenhum caso descrito nem sequer previsão do risco de algo do género acontecer". Diz o especialista que a mulher pode ovular e o ovócito pode dividir-se e tornar-se maduro sem que tenha havido contacto com espermatozóides. As leis da vida não o impedem. Neste ponto, ciência e religião estão de acordo. Mas o mesmo não acontece com o resultado final de uma gravidez nestes moldes.
No livro sagrado, Jesus nasceu da Virgem Maria e é homem. No livro da ciência, Jesus podia nascer da Virgem Maria, mas seria sempre mulher. Sem pai, não há cromossoma Y a cruzar-se com os cromossomas X femininos, nem forma de uma criança nascer do sexo masculino.


Pode o Pai Natal entregar numa só noite todos os presentes?

Se o seu filho lhe perguntar como é que o Pai Natal percorre o mundo inteiro numa noite, o melhor é pôr de parte as explicações científicas. Desde 1850 que os especialistas tentam embrulhar o mito numa fórmula científica realista. Os cálculos realizados mostram aquilo que todos intuem: o Pai Natal não tem uma vida fácil. A começar pela carga que transporta no seu trenó, qualquer coisa como 400 mil toneladas de presentes, na melhor das hipóteses. Como cada rena consegue apenas carregar 150 quilos, precisaria de 360 mil se quisesse manter a tradição e não recorrer a motores supersónicos. Além do peso, enfrenta o problema do tempo. Como apenas conta com as horas de sono das crianças, restam-lhe 31 horas para completar o serviço, beneficiando da ajuda dos fusos horários e da rotação da Terra. Divididas as horas por todos aqueles que esperam receber presentes a 25 de Dezembro - existem dois mil milhões de crianças, mas só 108 milhões de lares estão à sua espera - o velhinho de barbas teria de fazer perto de mil visitas por segundo. O que lhe dá apenas 715 microssegundos para estacionar o trenó, descer pela chaminé, deixar os presentes, comer alguma coisa que lhe tenham deixado, voltar a subir a chaminé, entrar no trenó e seguir para a próxima casa. Para que não haja atrasos, teria de deslocar-se a uma velocidade de 1046 quilómetros por segundo, mais ou menos três mil vezes a velocidade do som. As consequências da energia gerada por tamanha velocidade são inimagináveis. Mas não será difícil perceber que o transformariam e às suas renas em carvão. Por isso, se o seu filho lhe perguntar, deixe a ciência de lado.


Quantos quilómetros viaja o bacalhau para chegar ao seu prato?

Exactamente 2730,86 quilómetros em linha recta, a distância que separa a capital da Noruega, de onde vem a maioria do bacalhau consumido, da capital de Portugal. Mas o bacalhau não chega assim tão facilmente à sua mesa, percorre mais quilómetros, normalmente fica retido em Ílhavo, onde estão as fábricas que o transformam no peixe seco e salgado que se vende nos supermercados. Todos os anos, são importadas cerca de 8o mil toneladas, já chegaram a ser mais de cem mil. Cada português come, em média, oito a nove quilos.
Mesmo assim, não tome o bacalhau que lhe chega todos os Natais ao prato como algo adquirido. Há mais de uma década que o peixe que se tornou prato tradicional anda a lutar pela sobrevivência. E mesmo com os limites impostos à captura, não recuperou da pesca intensiva das últimas décadas.
É que não se trata de uma espécie de fácil reprodução. O bacalhau atinge a idade adulta aos quatro anos, mas só a partir dos seis a fêmea chega à maturidade reprodutiva. Cada uma produz milhões de ovos em cada ano, mas apenas um em cada milhão sobrevive até à idade adulta. Há registo de peixes capturados com 27 anos, mas são a excepção. Hoje, tem um carimbo que lhe confere a categoria de "espécie vulnerável". E muitos acreditam que só conseguirá voltar aos stocks de outros tempos se deixar mesmo de ser pescado. Os mares da Terra Nova, no Canadá, são o motivo de maior preocupação. Se estiver preocupado e não conseguir imaginar um Natal sem bacalhau, o melhor é apostar no peru. Pelo menos, até que os mares do norte se encham novamente de peixes.

Porque é que, nesta altura, há uma árvore de Natal na sua sala?

Diz-se que foi escolhido por ser a árvore verde que se destaca na imensidão da neve, a única que não perde as folhas por mais frio que seja o Inverno. Mas a tradição do pinheiro rapidamente viajou para os locais onde não há neve, não há frio e o verde é a cor predominante na paisagem de Natal. Impôs-se a tradição, nascida do cruzamento entre do católico e o pagão, e exportou-se a ideia para o mundo.
A lenda diz que, 800 anos depois de Cristo, São Bonifácio encontrou, na Alemanha, um grupo de pagãos a adorar uma árvore. Enfurecido, decidiu cortá-la e, do tronco decepado, nasceu um novo pinheiro. Aos olhos de Bonifácio, foi o sinal de que aquela terra de pagãos seria semeada pela fé de Cristo. A forma triangular do pinheiro encaixou na perfeição na simbologia cristã, com os três pontos a representar a Santíssima Trindade. Foi o início da tradição natalícia. No século XVI, os primeiros pinheiros enfeitados foram transportados para o interior das casas. A estrela, as velas e as luzes, tudo foi acrescentado a pensar na celebração do nascimento e da vida.
Mas não faltam lendas e histórias sobre árvores enfeitadas, muitas delas sem ligação à época natalícia. Na Idade Média, quem acreditava que as árvores tinham os seus espíritos, enfeitava-as logo que as primeiras folhas começavam a cair no Outono, para que eles não partissem em debandada. Os romanos celebravam o solstício de Inverno enfeitando as casas com plantas verdes, cujos ramos ofereciam em Janeiro. Os egípcios prestavam culto a tudo o que nascesse verde. Com ou sem Natal, a árvore representa a natureza e o triunfo da vida sobre a morte.

Alguma vez temos realmente uma noite feliz?

Não é possível fingir que ele não existe. Está em cada rua enfeitada, nas músicas dos elevadores, é motivo de conversas, notícia nos jornais, pretexto para mensagens de telefone e e-mails de boas-festas. Mesmo querendo, ninguém consegue fugir ao Natal. "Há um esforço quase mundial para que seja um dia feliz. O movimento da sociedade é de tal forma poderoso que é impossível ficar imune. Não se consegue não assumir uma posição, nem que seja de oposição ou indiferença", diz a psicóloga Gabriela Moita.
O problema é que quem imaginou o Natal, imaginou-o feliz. E quando a realidade não se adequa às expectativas? "Para muita gente é o momento de maior infelicidade do ano", porque não há forma de o mundo encaixar no que se imaginou para a época.

Os consultórios dos psicólogos e psiquiatras enchem-se nesta altura. "Em Novembro, já começam as dores de cabeça. Chega-nos muita gente com sintomatologia depressiva ou de ansiedade, porque antecipam a obrigação de estar num contexto familiar que lhes é muito agressivo", porque têm que fazer escolhas sobre onde passar o Natal, porque acabam por ser obrigados a estar com quem têm relações difícil. Se a época gira em volta da partilha, da paz e da harmonia, "há uma maior reflexão sobre isto". E aumenta a angústia de viver o oposto. Se é um dia para estar junto de quem se gosta, surgem as lembranças de quem está ausente, se é dia de harmonia, é mais difícil tolerar os conflitos, se há obrigação de ser feliz, suporta-se menos a dor. "Quando é bom, é bom, mas quando é mau é muito mau", sintetiza Gabriela Moita.
No Natal, queremos paz e amor ou só presentes?


Por Rute Araújo - 24 Dezembro 2006
http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=650466

Beijinho com carinho e abraço meiguinho.

7 comentários:

  1. Muito interessante, Patrícia!

    Relativamente aos mistérios, como o do Pai Natal distribuir todos os presentes numa só noite, só os adultos se preocupam com essas matemáticas; um simples " isso são mistérios de Natal", serve como resposta, e é aceite sem contestação, pelos pequenos! Eu sei ;)

    Quanto à data do nascimento de Jesus, não me importa mesmo nada saber a data exacta. O que me importa é celebrar o nascimento de um homem que teve uma missão extraordinária (depois dele a humanidade nunca mais foi a mesma), e isso basta-me, serve-me de pretexto, perfeito,aliás, para festejar o dia. Se é Agosto ou Dezembro, parece-me irrelevante.

    Caramba, o bacalhau preocupa-me! Não quero que se extinga, mas também não quero deixar de o comer ( - adoro!), porque o peru é no dia 25!
    Quando o começarão a reproduzir em viveiros?! Será que ainda ninguém se lembrou?! Parece-me fácil, um tanquinho, com muito gelo! Com o frio que está lá fora o bacalhau adaptava-se num instantinho! (lol)

    Beijinhos.

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  2. Hahahahahaha...

    A tua idéia para o bacalhau foi óptima!!

    Tadinha da canalha, meu filho até a dois anos atrás, acreditava piamente na "Magia do Pai Natal". Mas foi bom enquanto durou :)

    Tens razão!

    Parece que o mundo resolveu contestar as comemorações religiosas e a verdade é que cada um à sua maneira, celebra o Natal e outras datas.

    Sem dúvida Jesus foi um revolucionário do seu tempo, um homem voltado para a caridade e a compaixão. É digno que se lhe dediquem um dia para relembrar sua vida e seus princípios.

    Adoro as tuas intervenções, hehehe.

    Beijinho grande.

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  3. Olá Patricia, está de Parabéns pelo texto com base em estudos científicos, as datas estão erradas, ninguém sabe exatamente a data de NADA,muito menos do nascimento de Jesus Cristo e nem de nenhum fato bíblico!!

    Acho importante a comemoração do nascimento desse Grande Homem, que até hoje falamos Dele e de seus ensinamentos, porque Ele não ensinou uma religião e sim uma FILOSOFIA DE VIDA MARAVILHOSA!

    Sobre a pergunta: É possível uma virgem engravidar?
    Risos!!!Acredito em mistérios!

    Alguma vez temos realmente uma noite feliz?
    Mas uma informação, nesta época é onde existe o maior índice de suicídio, estatisticamente falando em Brasil!

    No Natal, queremos paz e amor ou só presentes?
    Eu quero PAZ E AMOR!!!!
    Natal para mim é isso...festejar uma data simbólica do nascimento desse GRANDE HOMEM!

    Beijinhos!
    Muita Luz!!

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  4. Olá D. Patrícia!

    Já sabia que as datas andam todas atrasadas mas também não me importo,
    o Natal o quando o Homem quiser!

    Nunca acreditei no Pai Natal sabes
    porquê?

    Porque quando recebia presentes
    pensava assim: - Como é possível
    O Pai Natal dar-me tão pouquinho se

    sempre me portei bem ou melhor que

    certas crianças?

    O bacalhau não pode acabar!!!
    Gosto tanto e sabe-me bem melhor
    comê-lo no Natal, achas que dá para
    criá-los no apertamento?

    E as àrvores? Oh adoro! Só não gosto
    é de decorar e parece que cada ano
    estou pior, enfim... Haverá curso?

    Beijinhos e bom fim-de-semana!

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  5. É por isso que cá por casa raramente ou nunca comemos bacalhau, mesmo no Natal.
    Quando era criança era a altura do ano que mais gostava, agora nem tanto... por várias razões.
    Mas continuo a celebrar o Natal principalmente por causa das crianças.

    A tua Pimentinha atirava as bolas da árvore pela janela? LOL o que eu me ri.... ahahahaha

    beijinhos

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  6. Olá patricia!
    Li o teu post todo.Houve muitos anos em que eu não festejei o natal. Tinha conhecimento destas coisas que escrevestes, e a minha mente não me permitia, estar numa festa, enraizada numa mentira. Mas,houve uma altura em que afastei a mente, e permiti ouvir o coração, e ele Cria festejar o Natal. Desde então, festejo todos os anos à minha maneira.
    Gosto do espirito de Natal, dos enfeites, das ajudas, da arvore enfeitada, os presentes só dou o que quero e a quem quero, nada de obrigações.
    Beijinho

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  7. Olá amigas queridas :)

    Roberta - É isso mesmo, Jesus deixou-nos uma filosofia de vida e não uma religião, esta foi criada pelos homens, no intuito de controlar e dominar massas.Muito bem dito Roberta.

    Sra D.Formiguinha :) - Concordo contigo, o Natal é quando quisermos sim senhora. Ô amiga...bacalhau no "apertamento"? Só se for na banheira, hahahahaha.

    Luísa - Estou como tu, vivo o Natal pela canalha. Se eu te contar as peripécias da Pimentinha, passas um dia inteiro a rir e eu a chorar, hahahahaha.Ela é rabina que se farta, nunca vi, esperei 10 anos e olha no que deu. Mas é muito fofa :)

    Higeia - Cada um faz o seu Natal, sem compromissos ou obrigações e o verdadeiro espírito de Natal é este mesmo que sai do coração e não dos presentes e afins.Também acredito nisso.

    Mil beijinhos minhas queridas :)

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